quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Crônica - Coisas sem cara



Sim, o Paraná não terá um governador. O eleito governará Curitiba. Porque o resto do Estado é o resto. O debate frio e, por que não, calculista, promovido por uma rede de televisão comprovou isso.

O Paraná tem 7.601.553 eleitores. Imagine isso escrito grande: sete milhões, seiscentos e um mil e quinhentos e cinqüenta e três eleitores. Quantas letras e quantas palavras. É para falar de boca cheia, pausado e com entonação.

Não é idéia transformar este humilde texto em mais uma contribuição para aquela antiga rixa, às vezes velada, outras vezes exposta: Norte versus Sul. Nada disso. Quem descascou a ferida foram os protagonistas do show eleitoral que denominaram de debate. Aliás, tudo certinho, cronometrado e chato. Do tipo, “o senhor pode responder a pergunta...”

Então os dois principais adversários daquela briga de bocas murchas decidiram, por interesses eleitorais, transformar o Paraná num pedaço do Estado. Curitiba tem 1.309.961 eleitores, o que dá 17,233% daqueles 7.601.553. Pior: o resto é a maioria.

Mas apelaram e polarizaram lá para a Capital. Um porque sabe mais de lá e conhece muito pouco do resto. Outro porque precisa conquistar o eleitorado de lá, imaginando que o resto já está garantido.

O problema é que esse vício feio e preconceituoso não é exclusividade de político. Certa vez uma repórter de televisão, novata na profissão e ainda com o pacote de fraldas dentro da bolsa saiu de Cambé, que pertence ao resto, para trabalhar na Capital.

Repórter novato, mesmo com boa bagagem de conhecimento, é chamado de foca pelos colegas. Aquela que trocou o resto pela Capital era foca mesmo. De boca cheia, metida na petulância, chamou o resto de interior do Estado num dos seus trabalhos. O interior que saiu da boca dela foi entoado, quase irônico, desaforado.

Quer dizer, o resto tem mais de seis milhões de eleitores. O resto somos nós, do interior. Mas a história, pelo visto, se repetirá. O resto trabalha e elege xaropinhos que por dois anos após a posse ficam lá. Depois, na outra campanha eleitoral, aparecem e são entrevistados como supremos por emissoras de televisão que colocam a groselha de má procedência e qualidade em destaque.

Que debate foi aquele, senhores telespectadores? Nós, o resto do interior, estamos perplexos.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Estatística dos eleitores - Quem somos?



O Brasil e os Estados brasileiros estão em nossas mãos. É uma grande responsabilidade, pois corremos o risco de cometer equívocos. A conseqüência será grave se, por exemplo, elegermos pessoas que pretendem ocupar cargos majoritários ou proporcionais por interesses próprios ou de grupos políticos ou privados. Há também aqueles que se aventuram na política e saem candidatos. Eleitos, não sabem o que fazer no cargo que ocupam.

Somos no Brasil 135.804.433 eleitores. Desse total, 99,852% de nós estamos no País, ou seja, 135.604,041 eleitores. Apenas 200.392 de nós estamos no exterior, o que dá um percentual de 0,148%. Se houver candidato capacitado, temos muita força para colocá-lo no cargo que almeja.

No Paraná somos em 7.601.553 eleitores. Somos 5,597% de todos os eleitores brasileiros. Nós é que vamos escolher um dos sete candidatos a governador. Respaldados pela democracia, vamos colocá-lo no Palácio Iguaçu para um mandato de quatro anos. Embora polêmico, temos que considerar que a democracia nos dá a prerrogativa de rejeitar todos os sete, pois votar no menos ruim é inconsciência e descomprometimento com o nosso Estado.

Vamos conferir o nosso grau de instrução: 152.864 de nós, no Brasil, deixamos de declarar o que somos em termos de instrução, mas 8.007.315 de nós dissemos que somos analfabetos; 19.787.586 de nós sabemos apenas ler e escrever, enquanto 44.935.557 de nós temos o ensino fundamental incompleto.

Somos no Brasil 10.319.494 eleitores com o ensino fundamental completo e 25.732.349 de nós temos o ensino médio incompleto. Completamos o ensino médio em 17.918.370 eleitores, enquanto 3.752.948 de nós temos o ensino superior incompleto. Em compensação, 5.197.950 de nós temos o ensino superior completo.

No Paraná, 27.655 de nós não informamos o que somos em instrução. Mas 300.470 de nós declaramos que somos analfabetos, enquanto 841.768 de nós dissemos que sabemos ler e escrever. Estamos em 2.613.057 eleitores com o ensino fundamental incompleto e 652.890 eleitores com o ensino fundamental completo.

Quanto ao ensino médio, somos 1.605.582 com esse nível de instrução incompleto e 993.322 completo. No mais, 257.122 de nós temos o ensino superior incompleto, enquanto 309.687 de nós temos o ensino superior completo.

Estes números são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atualizado até 28 de setembro de 2010 . (http://www.tse.gov.br/internet/eleicoes/estatistica2010/). Na próxima postagem, vamos saber qual é a nossa idade. Em http://foradomercado.blogspot.com podemos conferir as estatísticas dos candidatos do Paraná.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Crônica - Cabeça pequena



Aquilo era testa com letras maiúsculas. Brilhava, de tão grande, com realce nas curvas que o objeto tinha. Sim, objeto, porque era incomum. Tão acentuado que quando o fulano vinha as crianças saiam da frente.

Os sucos horizontais formados por duas rugas profundas lembravam trincheiras num solo arenoso, de terra clara. O suor nem descia. Ficava retido ali. De cima para baixo dava um palmo de mão, com os dedos exageradamente abertos a ponto de dar caimbrã. De um lado a outro, medida a circunferência no centro, uma mão e meia na sombra e quase duas mãos ao sol.

O dono era um bom cabeceador. Chegou a ser artilheiro do amador e do campeonato rural por dois anos seguidos. Equipes de agremiações mais ricas convidavam ele para disputas de torneios da elite, como os jogos de inverno, os torneios da primavera, os campeonatos citadinos.

No futebol de campo ficava lá atrás e não deixava uma bola alta passar. Veloz e habilidoso na condução da redonda, escorava com a esquerda todas as bolas baixas e avançava que nem um caminhão na banguela. Lá na frente, pouco antes da linha da zaga, empurrava a bola para o lateral direito e esperava a devolução, pelo alto.

A bicha vinha curvando e o artilheiro preparava a testa. As rugas ficavam mais fundas, formando uma quina parecida com a ponta de uma chuteira. As sobrancelhas quase ficavam na vertical. A ponta do nariz esticava para cima. A boca retorcia, salientando os beiços enormes e queimados do sol.

O goleador se mexia no meio da defesa e não havia combate que o segurasse. Se a bola vinha na quina esquerda do travessão, lá estava ele. Se descesse pela direita, a cabeçona esperava. Até lá longe, fora da risca da grande área, o goleador oferecia perigo. Porque se aquilo encostasse a testa na bola, pegando na quina entre as rugas, o goleiro não defendia. Era precisão e força. Depois do gol comemorado, não sobrava nem uma marquinha do gomo da redonda na pele da testa daquele craque.

No salão a violência era maior. A bola devolvida pela defesa adversária, no chutão, batia estalando na testa do goleador, que já recepcionava a redonda no jeito, de forma que ela ganhasse o rumo da trave lá do outro lado bem no canto onde o goleiro não tinha defesa. Só para sentir como era, num torneio de verão os organizadores tiveram que trocar as redes cinco vezes.

No trabalho, deram a ele uma vaga de carregador. Não havia saco de cimento que caísse daquela cabeça. Mas no amor, ai é que estava o problema. Gentil com a pretendida, o craque confundia cavalheirismo com submissão. Ajudava a moça nas compras no supermercado e fechava os ouvidos para as ironias dela. Nem ligava quando a donzela perguntava se havia levado o boné, pois pretendia comprar uma melancia. E olha que essa piada é muito velha e sem graça.

Num dia de chuva ela apareceu de carro no estacionamento do supermercado. Desceu, olhou ao redor e viu à esquerda o cabeceador, Da porta do motorista desceu um fulano, jovem e arrogante. Foi quando ela pediu o boné emprestado do craque, pois o carro do namorado era novo e precisava de um pano para protegê-lo da água.

Foi uma cabeçada só, no meio do párabrisa. Injustos, os colegas dele disseram que a fúria não foi por causa da ironia. Foi ciúme. E estavam certos. Vejam, que cabeça pequena ele tinha.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Crônica - Futebol ou regatas?



Boa Vida Futebol e Regatas. Era o nome do time amador daquela cidadezinha a seiscentos e poucos quilômetros do mar. Cortada por dois riachos e uns seis córregos de atravessar num pulo, sem molhar as barras das calças, a localidade era um secadão. Nem um lago ou prainha artificial à vista. Só lá em cima, no Morro do Desce Sentado, descia um fio de água de uma mina.

A inspiração do regatas veio, lógico, do Mengão. Clube de Regatas do Flamengo. É que o Nézinho do Bar da Esquina tinha paixão pelo rubro-negro e era o dono do jogo de camisas. Prevaleceu, assim, essa superioridade na eleição da escolha de um nome do time que era conhecido até então como Time do Nézinho.

Por falta de informação, para não falar que era ignorância, ninguém se tocou que regatas tem a ver com água e barco a vela. Que é uma competição que não acontece no seco. Então o Mengo, assim como o Vasco e o Botafogo, usavam o regatas em seus nomes de boca cheia, tamanho era o orgulho de ter equipes competindo na modalidade.
Mas o Boa Vida, tão longe dos oceanos, não tinha razão de ser.

Nem no Torneio da Primavera de Barco de Papel, realizado todos os anos no segundo domingo de setembro, o time tinha representantes. E olha que a competição, lá no Córrego do Quentão, era movimentada. Os pais levavam as crianças e ensinavam os filhos a montar os barquinhos com folhas de cadernos usados. Na corredeira aquilo se desmanchava e descia papel até a curva da fazenda vizinha, onde a sujeira ficava amontoada.

Sem problema algum. Na verdade, o time era chamado pelo povo só de Boa Vida, uma referência aos freqüentadores do bar onde a agremiação surgiu. O Futebol e Regatas ninguém usava.

Um dia o time foi convidado para um torneio intermunicipal, o primeiro depois de quatro anos de fundação. Foi ali, na assinatura da ficha de inscrição, que um engraçadinho se meteu. Ele era dono de uma das mais fortes equipes da região. Advogado, o homem humilhava os semelhantes com ironias, só porque morava em cidade maior e tinha uma profissão importante.

- Então é regatas é?

- Sim senhor. Boa Vida Futebol e Regatas.

- E quantos barcos vocês têm? Ou como dizem por aqui, oceis têm?

- Que barco doutor? Barco não tem nem rio para deslizar.

- Então eu não entendi o regatas. Regatas é disputa na água, de barco, sabe, barco a vela.

- Uai? E porque o Flamengo tem regatas no nome?

- Ah, o Mengão. O Mengo tem regatas, tem água de um lado a outro. Lá sim. Mas aqui...

- Ih... mas não pode participar assim?

- Claro que pode, ô. Só estou corrigindo o nome. Porque é de dar risada.

O assunto virou polêmica na localidade. Farias, do açougue, queria trocar o nome o quanto antes. Adamastor até discutiu com o Nézinho, que sugeriu o nome. Na escola a professora pediu para os alunos pesquisaram na biblioteca alguma coisa sobre regatas.

A solução veio da dona Maria Ouvideira. Ela havia passado uns pares de dias na casa da filha, lá perto da capital, e passou pelas Lojas Americanas durante um passeio. Lá comprou umas quatro camisetas regatas para presentear o velho. Esperta, saiu-se com essa:

- Se alguém perguntar porque o time tem regatas no nome, digam que é por causa das camisetas, uai.

E ficou sendo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Crônica - Vixe!



Pediram a ela para dizer a primeira palavra que surgisse na cabeça. Ela reagiu com uma frase incompleta, no atropelo de mais de meia dúzia de palavras. Foi impedida de continuar. Mas aproveitou a primeira brecha para repetir tudo, acrescentando outras cinco ou seis palavras, sem conseguir fechar a mensagem.

Então esclareceram: “Diga a primeira palavra que surgir na cabeça. A primeira, portanto, única”. Ela então disse: “Vixe!”

Saiu um vixe bem acentuado, com o devido uso do ponto de exclamação. Não foi nem preciso sair das regras da língua portuguesa, pontuando uma interrogação depois da exclamação. Ou uma exclamação, uma interrogação e mais uma exclamação. Foi apenas um vixe! bem dito.

Foi quando surgiu a pergunta: vixe ou viche? Ela decidiu que o vixe dela era com X. Retrucaram que já haviam visto viche com CH. A solução foi recorrer ao Google, pai dos internautas analfabetos e conselheiro de quem precisa encontrar alguém falando de qualque coisa.

Deu ali um tal de dicionário informal, com duas interferências de pessoas que podiam dar uma luz. Saiu que vixe é uma interjeição muito usada principalmente no Ceará. Que significa espanto, surpresa, admiração e por que não, indignação. Vixe! Ou Vixe? Talvez Vixe!? E, no tom mais inexplicável, Vixe!?!

O dicionário informou também que o vixe pode ser trocado por eita. No experimento de improviso, saiu assim: Eita eu heim? Fraquíssimo, mas válido e oportuno. Não havia necessidade de complicar.

Outra postagem explicou que vixe vem de virgem. Por isso pode ser seguida da palavra Maria. Vejam: Vixe Maria. Na troca de palavra, fica assim: Eita Maria.

Foi o suficiente. Nada mais havia a se esclarecer. Mais do que a meia dúzia de palavras iniciais e as outras cinco ou seis complementares, o vixe da colaboradora rendeu vinte e seis linhas.

Vixe, que belezura para escrever! E escrever certo, com X. Vixe!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Crônica - Quem tem medo desvia os olhos

Aquele candidato não mostra a cara e deve ser para evitar que as pessoas vejam a sua personalidade e o seu caráter. Ele faz campanha como se fosse um andróide: sai dando a mão para todo mundo, mas olha para os lados. Num percurso de cem metros é capaz de ele pegar a mão de cinqüenta eleitores. Aposta-se, no entanto, que ele não enxergou cinco pares de olhos.

Disseram entre os chegados que este é o jeitão dele. Luiz Airão, que não é o cantor mas teve o nome do artista emprestado por culpa de uma preferência musical do pai, não acredita muito nessa história do jeitão. Ah, ele tem lá suas suspeitas, fruto de muita vivência.

Airão nunca foi político e tampouco trabalhou como cabo eleitoral, daqueles que conseguem, pelo menos a algumas semanas das eleições, certa intimidade com candidatos. Mas Airão é eleitor e nisso ele é especializado. No político, diz que os olhos só podem ser vistos nas fotografias dos jornais, nos vídeos dos programas noticiosos da televisão e no material de propaganda eleitoral.

Pois Airão já chegou a ver os pares de olhos de um bocado de políticos ao vivo. De longe, é claro. Airão é do tipo que desvia o caminho quando alguns deles aparecem. Então esse eleitor, que para ganhar dinheiro e sustentar família vende CD e DVD piratas, ajunta tudo o que absorve durante as suas andanças profissionais à experiência que tem como cidadão. Por isso ele é um especialista em conhecer as pessoas de acordo com as reações delas diante dos cidadãos.

Ele tem como exemplo a secretária de um consultório médico que atende os pacientes sem ao menos olhar nos olhos de quem está a frente. Num atendimento pelo SUS, o médico entregou a receita a ele sem ao menos olhar quem estava na sala de consulta. Numa agência bancária, a recepcionista o encaminhou para o setor de cheque sem fundo olhando para a colega de trabalho, que contava as façanhas da noitada anterior.

Disso Airão conclui que o ser humano, quando desinteressado no próximo, desvio os olhos para evitar algum tipo de comprometimento. Foi por isso que Airão passou certo dia bem ao lado daquele político que aperta as mãos dos outros olhando para os lados e fez de conta que nem o viu. E o cara ficou com as mãos estendidas, achando que ia conquistar mais um voto.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Opinião - Levar vantagem ainda é regra

Um homem briga no caixa de um supermercado. Esbraveja, maltrata, xinga os funcionários e o gerente. Constrange a mulher e o filho. Acaba com a paciência das pessoas que estão na fila. Ele quer levar quatro unidades de cerveja da promoção, cada uma com seis latinhas da geladinha que para alguns esquenta e endoidece. O cartaz e o sistema de som anunciam que, de acordo com o Procon, cada cliente só pode levar uma unidade.

A briga é por cerveja. Não se sabe se o homem brigaria por arroz, feijão, macarrão ou leite. Leite, isso mesmo. Passados alguns dias, em outro supermercado outro homem decide protagonizar uma cena vergonhosa para ele e a família. Em seu carrinho duas caixas de leite longa vida também da promoção, contrariando o cartaz que anuncia uma caixa por cliente. Na frente dele a mulher, com outro carrinho, leva mais duas caixas de leite. Atrás, a mãe dele,com quatro caixas.

O homem abre uma cerveja e seca a latinha ali mesmo na fila. Disfarçadamente esconde a embalagem vazia entre os produtos expostos no corredor. Na boca do caixa, grita com as funcionárias: se não puder passar as caixas extras de leite, deixa tudo no carrinho e vai embora. Claro, sem pagar a cerveja que já bebeu diante da mulher, da mãe e dos filhos.

Até esse ponto o cidadão já cometeu pelo menos duas infrações: bebeu a cerveja de graça e bebeu cerveja minutos antes de levar as suas compras até o carro e sair dirigindo em plena hora de almoço de um sábado, quando o trânsito é caótico, com boa dose de geladinha fervendo a cabeça.

Quanto ao limite imposto para os produtos em promoção, a lei tem um objetivo: que a vantagem legalmente oferecida chegue ao maior número de consumidores possível. O homem que brigou para passar pelo caixa com oito caixas de leite poderia ser um comerciante. Em seu estabelecimento, poderia vender o leite comprado na promoção pelo dobro do preço que pagou.

Isso, no mínimo, caracteriza o extremo mais repugnante da Lei do Gerson: "Gosto de levar vantagem em tudo". Custe o que custar. Infelizmente, as duas cenas descritas não são raras. Acontece todos os dias, com alguém usando de prestígio para ser atendido na frente dentro de uma agência bancária e até mesmo no saguão de espera de uma unidade de saúde. Influência, amizade, oportunista e sem-vergonhice. De quem pratica e de quem permite que a prática se concretiza. É uma via de duas mãos.

Quantos neste Brasil afora denominam-se voluntários de candidatos a cargos públicos para depois cobrar um emprego? Assim deixam na rasteira as pessoas aprovadas em concursos públicos, porque surrupiam vagas e oportunidades que eram de outros. Sim, uma via de duas mãos: falta de respeito de quem pede a vaga em troca de favores políticos e de quem dá a vaga para pagar favores políticos.

Quantos que já estão nas repartições públicas passam por cima dos estatutos para agilizar uma transferência ou uma promoção? Outra vez via de duas mãos, pois fazem isso porque existem políticos que transformam essa prática vergonhosa em uma normalidade.

Então, neste início de outubro, um grande número de brasileiros dirá que pratica a democracia sem ter consciência de como ela deveria ser praticada. Uns votando, outros recebendo votos. Infelizmente. A barganha vem logo em seguida. E a cidadania que se dane.

Que pena! O cidadão, aqui, sofre muito!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Homenagem fotográfica - Parabéns!

Aqui uma simples homenagem aos alunos, pais, funcionários, professores e técnicos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Londrina - Escola Santa Rita, pela participação no desfile de 7 de Setembro na Avenida Leste-Oeste. Muito mais do que civismo, uma demonstração de cidadania e comprometimento com uma causa. Chega de texto, vamos a algumas fotos: