quarta-feira, 29 de julho de 2015

REPORTAGEM – Nadir, testemunha da história do lugar


Ela chegou a Vila Nova, em Londrina,quando tinha 17 anos de idade. Quatro anos depois mudou-se, com os pais, para a casa da esquina das ruas Juruá e Solimões, onde vive há 54 anos - na outra foto, uma parcial da Rua Juruá


         Nadir Rezende Noé estava na flor da idade quando chegou há 60 anos na Vila Nova, em Londrina. Hoje, aos 77 anos de idade, Nadir lembra que nem a Rua Araguaia era calçada em toda a sua extensão. Os paralelepípedos cobriam o trecho entre a Rua Guaporé e o prédio do Albergue Noturno (hoje lar de acolhida de idosos), nas proximidades das ruas Cabo Verde e Jaguaribe. A Cabo Verde liga a Araguaia a Avenida Arcebispo Dom Geraldo Majella e a segunda vai da Araguaia até a Rua Tietê.

            Cinquenta e quatro dos 60 anos no bairro são vividos numa mesma casa, na esquina da Rua Juruá com a Rua Solimões. A construção é de madeira e apesar da idade encontra-se preservada. Tem uma varanda na frente e o muro com portão de grade é sinal que os tempos mudaram. A entrada naquela casa foi no dia 27 de março de 1962 e, por muito tempo a habitação foi cercada com balaústres.
            Nadir nasceu no Estado do Espírito Santo, num lugar chamado Vila Café. Ela é filha de Alcina Tiradentes Rezende e Francisco Dutra de Rezende. Teve apenas um irmão, que faleceu quando estava com 20 anos de idade. O marido de Nadir, José Noé Neto, faleceu há seis anos quando estava com 77 anos de idade.
            O casal teve três filhas e um filho: Celi, Célia, Cenira e Cesar. Celi faleceu no dia 11 de agosto de 2014. São sete netos e três bisnetos, com o quarto anunciando chegada para dezembro.
            Nadir conta nos dedos as pessoas que são antigas no bairro. Dona Claudina, que ajuda o filho, Kino, na oficina de motos da Rua Araguaia; Nico, filho do Seu Chiquinho carroceiro, morador da Rua Juruá, entre outros. Eu, filho da costureira Luiza e do vendedor de doces Dairoku, praticamente nasci vizinho de Nadir. Morei na casa de número 181, uma construção em tábuas envelhecidas com janelas e portas de taramelas, até quando adolescente cheguei aos 16 anos. Mas continuei na Vila Nova, morando na Rua Itajai.

            Sobre as taramelas, ou como a gente dizi, “tramelas”, Nadir relembra. “Para abrir bastava passar uma faca na fresta”, lembra Nadir. Ela também menciona que as cercas de balaústres tinham portões que ficavam presos com arame. A tranquilidade do bairro não pedia mais do que isso.

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