Ela chegou a Vila Nova, em Londrina,quando tinha 17 anos de idade. Quatro anos depois mudou-se, com os pais, para a casa da esquina das ruas Juruá e Solimões, onde vive há 54 anos - na outra foto, uma parcial da Rua Juruá
Nadir Rezende Noé estava na flor da idade quando chegou há 60 anos na Vila Nova, em Londrina. Hoje, aos 77 anos de idade, Nadir lembra que nem a Rua Araguaia era calçada em toda a sua extensão. Os paralelepípedos cobriam o trecho entre a Rua Guaporé e o prédio do Albergue Noturno (hoje lar de acolhida de idosos), nas proximidades das ruas Cabo Verde e Jaguaribe. A Cabo Verde liga a Araguaia a Avenida Arcebispo Dom Geraldo Majella e a segunda vai da Araguaia até a Rua Tietê.
Cinquenta e quatro dos 60 anos no bairro são vividos numa mesma casa, na esquina
da Rua Juruá com a Rua Solimões. A construção é de madeira e apesar da idade
encontra-se preservada. Tem uma varanda na frente e o muro com portão de grade
é sinal que os tempos mudaram. A entrada naquela casa foi no dia 27 de março de
1962 e, por muito tempo a habitação foi cercada com balaústres.
Nadir nasceu no Estado do Espírito
Santo, num lugar chamado Vila Café. Ela é filha de Alcina Tiradentes Rezende e
Francisco Dutra de Rezende. Teve apenas um irmão, que faleceu quando estava com
20 anos de idade. O marido de Nadir, José Noé Neto, faleceu há seis anos quando
estava com 77 anos de idade.
O casal teve três filhas e um filho:
Celi, Célia, Cenira e Cesar. Celi faleceu no dia 11 de agosto de 2014. São sete
netos e três bisnetos, com o quarto anunciando chegada para dezembro.
Nadir conta nos dedos as pessoas que
são antigas no bairro. Dona Claudina, que ajuda o filho, Kino, na oficina de
motos da Rua Araguaia; Nico, filho do Seu Chiquinho carroceiro, morador da Rua
Juruá, entre outros. Eu, filho da costureira Luiza e do vendedor de doces
Dairoku, praticamente nasci vizinho de Nadir. Morei na casa de número 181, uma
construção em tábuas envelhecidas com janelas e portas de taramelas, até quando
adolescente cheguei aos 16 anos. Mas continuei na Vila Nova, morando na Rua
Itajai.
Sobre as taramelas, ou como a gente
dizi, “tramelas”, Nadir relembra. “Para abrir bastava passar uma faca na
fresta”, lembra Nadir. Ela também menciona que as cercas de balaústres tinham
portões que ficavam presos com arame. A tranquilidade do bairro não pedia mais
do que isso.
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