Um bazar e muitas histórias lá no meio da Rua Araguaia
estabelecimento comercial há 35 anos na Vila Nova. Mas a ligação de ambos com a
região é de muito antes.
Nas fotos, Maria e Yoshimiti, no balcão do Bazar Santa
Marta,
e a fachada do estabelecimento comercial, em frente ao muro do antigo
Grupo Escolar Nilo Peçanha e do prédio do
Albergue Noturno
A Água do
Quati era de mata virgem e alguns sítios quando Yoshimiti Ityama, hoje com 73
anos de idade, nasceu naquele lugar situado no comecinho da região norte de
Londrina. Imaginem então mais para cima, subindo rumo ao atual centro da
cidade. A Vila Nova, onde agora Yoshimiti e a esposa, Maria Tomoe Ityama, 71
anos, moram, era uma selva, se é que assim se pode dizer.
O casal,
pais do médico André Yoshio e do advogado Márcio Mitio, mantém há 35 anos o
Bazar Santa Marta na Rua Araguaia, quase em frente ao antigo Grupo Escolar Nilo
Peçanha, hoje estabelecimento estadual de ensino, e do Albergue Noturno.
Yoshimiti é
filho de Takashi e Torataru Itiyama. Os avós de Yoshimiti, Moto e Ity, abriram
a mata aos redores da Água do Quati. Maria também é nativa de Londrina. Os pais
delas são da região do Palhano e, no futuro, suas histórias poderão ser
pesquisadas por este blog, quando a reportagem encerrar o trabalho na Vila
Nova.
Yoshimiti e
Maria se conheceram no Colégio Londrinense, que ficava em frente à pracinha da
Rua Quintino Bocaiúva, em área hoje ocupada por um condomínio vertical e obras
de levantameto de outros prédios. Os saudosistas não esquecem que ali existia o
colossinho do Filadélfia, que além de esporte sediava grandes espetáculos
musicais, circences, religiosos e teatrais.
Já
adolescente Yoshimiti foi estudar no antigo Colégio Vicente Rijo, que
funcionava na esquina das ruas São Vicente e São Salvador. Anos depois o
Vicentão foi para a Avenida Higienópolis, esquina com a Avenida Juscelino Kubitschek,
para ceder o espaço para o Colégio Estadual Marcelino Champagnat, no local até
hoje e ainda com a arquitetura original.
“Para ir ao
ginásio a gente ia pela linha de trem para não sujar os sapatos”, lembra
Yoshimiti. Isso era comum nos tempos em que as enormes composições da RFFSA
cortavam o centro de Londrina, onde hoje é a Avenida Arcebispo Dom Geraldo
Majella (Leste-Oeste).
Yoshimiti e
Maria também fazem questão de lembrar do Nihon Gaco (escola japonesa), que
funcionava onde depois foi transformado em SOS (Serviço de Obras Sociais), na
Rua Jaguaribe, uma das transversais da Rua Araguaia. Na mesma Jaguaribe ainda
funciona o Clube Recreativo Okinawa, com a sigla ACROL.
Outro clube
japonês, a ACEL (Associação Cultural e Esportiva Londrinense), já teve sede na
Rua Guaporé, quase esquina com a Rua Araguaia. Nos carnavais passados, havia
bailes carnavalescos inclusive neste clube japonês. Mais acima, na Araguaia, o
salão de madeira da extinta AROL, perto da sede da Escola de Samba Unidos
Independentes, também reunia centenas de foliões.
Outra
recordação interessante: nos bons tempos o Albergue Noturno abrigava
necessitados e em troca, além do apoio e da solidariedade da população de
Londrina, recebia obras de reparos, ampliações e manutenções periódicas
executadas por detentos do antigo cadeião.
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