Caetano Petrone, 87 anos de idade, quer ser nome de rua.
“Nem que seja uma rua de favela, em qualquer lugar de Londrina”, confidencia.
Ele manifestou seu desejo durante entrevista ao jornalista de O Cotidiano em Letras
e pediu uma forcinha para que o mesmo intercedesse junto aos vereadores da
cidade.
Nas fotos, Petrone sorri ao confessar que pretende deixar
o
seu nome para as gerações futuras. Abaixo, a casa
que ele adquiriu na Rua Tefé.
Um mineiro de coração londrinense
Era um 15
de maio do ano de 1950. Naquela data, o jovem mineiro de Montes Claros, Caetano
Petrone, chegou à macrorregião de Londrina hoje conhecida como Vila Nova. Mas,
na verdade, o lugar onde ele se instalou com a família é uma subdivisão,
chamada de Vila Adolfo.
Rua Tefé,
número 211, fundos. É onde o pioneiro mora, numa casa de alvenaria. Ao lado,
rente à calçada que, descendo, leva para a Rua Araguaia, e subindo encaminha
para a Avenida Arcebispo Dom Geraldo Magella (Leste-Oeste), existe ainda a casa
de madeira, pintada de verde escuro, que Caetano comprou do alemão que na época
era construtor.
O pioneiro
exibe orgulhoso aquela casa e até posa para uma fotografia no portão. Viúvo há
pouco mais de quatro anos, ele viveu com a falecida esposa, Amália Petrone, por
42 anos e seis meses. “A Rua Capiberibe era uma sítio quando cheguei aqui”,
informa, referindo-se a uma das via próximas de onde mora.
A
Capiberibe é uma das transversais da Rua Araguaia, que já abrigou cinema,
associação reacreativa, salão de baile, sede de escola de samba e um comércio
outrora pujante, além de abrigar o antigo Grupo Escolar Nilo Peçanha, hoje
estabelecimento estadual de ensino, e o Albergue Noturno.
Perto de
onde Caetano mora há um outro marco, religioso: o Santuário de Nossa Senhora
Aparecida, na Rua Grajaú. Atualmente, além do comércio de produtos básicos do
lar há lojas de autopeças, oficinas variadas de carros e motos, prestadores de
serviços e até uma fábrica de guarda-chuva. O Bazar Santa Marta, quase em
frente ao Albergue Noturno, mantém as portas abertas há 35 anos.
“Isto aqui
já foi um bom lugar”, diz seu Caetano Petrone. “Hoje é perigoso passar à noite por
alguns lugares da Rua Araguaia. Tem drogas, barulheira e confusão”, acrescenta.
O mineiro
nasceu no dia da Independência: 7 de setembro de 1928. Sempre ligado à terra,
trabalhou nas lavouras de café, milho, arroz e feijão, entre outros. Ele está
na expectativa de receber o contato de algum vereador de Londrina. Quem sabe
ele ganhe, no futuro, uma placa de nome de rua nesta grande cidade que ele tem
como algo que é muito seu.
Cinema e depois bailão. Agora é loja
Antonio
Tessaro, 55 anos, morou na mesma rua de Caetano Petrone até os cinco anos de
idade. Depois a família saiu da Vila Nova. Mas o coração permaneceu por ali.
Tanto que, já adulto, o comerciante formado em Teologia e em Direito se
estabeleceu na Rua Araguaia.
Pai de
Gabriel, que pretende cursar veterinária, e de Priscila, da área de
fisioterapia, Tessaro é dono de um negócio interessante: produtos para o
comércio, inclusive manequins, cabides, banquetas, araras para confecções e
muito mais. Uma das lojas está na Rua Sergipe, no Centro de Londrina, e a outra
na Rua Araguaia, onde funcionou o primeiro cinema em um bairro da cidade, o
Espacial.
“O cinema
foi construído pelo italiano Tomazzo Rotondo”, lembra Antonio Tessaro. “Depois
do cinema funcionou aqui a Estância Gaúcha, com seus bailões. Agora eu estou
aqui no térreo e em cima funciona uma igreja”, acrescenta.
Antes de
ocupar a sede do antigo cinema, a loja de Tessaro funcionava num prédio ao
lado, também na Rua Araguaia. Um incêndio, segundo ele, levou o estabelecimento
para onde as gerações passadas assistiram muitos filmes de bang bang.
Nas fotos, a fachada da loja e Antonio Tessaro,
pronto para atender no balcão do seu estabelecimento
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