terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Crônica - Plantar bananeira


Sim, o cérebro fica espatifado se ele estiver gelatinoso por culpa do sol forte destas terras vermelhas do Norte do Paraná. Mas se ajeita em seguida ao pulo para voltar ao normal, sem que se exija chacoalhar a cabeleira.

Lei da natureza. Algo parecido com o ditado popular patenteado por Juarez da Paçoca, doceiro de tamanha habilidade para mexer com o preparo com colher de pau. Nunca espirrou quentura na cara nem quando a encomenda era de polenta doce, baseada no fubá, imitando um curau tão amarelo quando o feito de milho.

Sabor inigualável. Aliás, a conversa girava no entorno da frase famosa do paçoqueiro: o mundo ficou redondo de tanto girar. Verdade, na teoria é cópia de mau gosto daquela da invenção da roda: o quadrado perdeu as quinas com a pressão rotineira. Mas, na prática, tem gente que ri ao ouvir o ditado só para evitar indelicadeza. Outros apelam para palavreado condenável. E há quem acredite.

Pergunte a um político o que ele acha da gurizada fandangueira? Se for de Brasília o sujeito, metido em terno preto, camisa branca e gravata vermelha, vai responder que os infantes e os adolescentes do Distrito Federal são filhos dos trabalhadores que construíram a Capital Federal.

Ninguém fará referência hoje ao grupo musical que incendiou o teto de uma boate de quinta categoria em Santa Maria, lá no Rio Grande do Sul. É muito pedir que um político se lembre do que aconteceu sei lá quando.

Eis um grande exemplo de cérebro gelatinoso. Tem prefeito que foi empossado em primeiro de janeiro e quando disseram a ele para assumir o cara sumiu. Aqui no Norte do Paraná tem exemplos disso. Outros deles deram muito trabalho na posse. É que quando disseram a eles que iriam empossá-los, o sujeitos pensaram que os vereadores estavam prontos a jogá-los num poço. Concordo, não há nenhuma graça nisso. Eu apenas transcrevo o que é fato.

O teste para ver a consistência é realmente plantar bananeira. Juram os analistas que um deles tem a cabeça tão dura que decidiram usá-lo de ponta cabeça como um perfurador de solo. E o apelido dele, pelas costas, é picapau sem pena. Ajuntou uma coisa na outra, porque além do cérebro ser feito um bloco de cimento, o cara é tão chato que tortura sem dó.

Ontem vi um grupo de universitários que assistem shows de sertanejo batendo com a cabeça num muro. Era uma competição. Quem rachasse primeiro ficava fora da festa de formatura. Então alguém do outro lado gritou ser preferível ser excluído. E defendeu seu ponto de vista igual se faz uma monografia copiando e colando da internet: vai que contratam um grupelho musical que tem um vocalista tão ruim a ponto de compensar a falta de talento soltando fogos de artifício dentro de um ambiente fechado?

Plantar bananeira é bom por causa disso. Quem quiser entre na fila, pois muita gente tem peito e se submete. Só tirem a mulher melancia e a mulher pêra da frente. Elas ficam lá no fim. É muito peso para ser colocado de ponta cabeça. E acreditem: não haverá nenhum vereador e prefeito para ser colocado na frente. Qual deles, por aqui, teria coragem de colocar a sua excrescência mental à prova?   


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