Joãozinho é herói, bobo da corte, humorista, comediante e,
coitado! Refiro-me ao nome, João. Está quase sempre colocado no diminutivo, o
que é, no mínimo, discriminação. Joãozinho...
Diferente do Zé. Este, apesar de reduzido a duas letras de
um total de quatro, além do acento agudo, engrandece o sujeito. Talvez por
causa do “Z”, maiúsculo, que toma o lugar do “s”, minúsculo.
Tese simplista. Mas tem fundamento. João, quando gordo e
crescido, nunca é substituído por Joãozão. O que sai da boca de quem chama
normalmente é Gordão. Ou balofo. Antigamente xingavam o João Gordo de elefante,
baleia e bichos impossíveis de carregar nas costas. Zé, acima do peso, torna-se
Zezão.
João Mané! Vejam, até trabalham um composto para denegrir o
indivíduo tido como topeira. E temos que considerar, de repente, que o nome do
cara nada tem a ver nem com o João e muito menos com o Manuel. Ou Manoel. O
sujeito se chama Nicolas. Talvez Sebastião. Provavelmente Peter. Supostamente Enrico.
Busco na internet alguma tese sobre essa implicância com o
João. Nada encontro de consistente. Alguém escreveu num fórum de internautas
que a culpa é de quem se chama João. Porque uns se tornam bonachões. Outros se
diminuem, Há os que viram palhaços. Também andam pelas ruelas os que mentem.
Então me toca a campainha da porta o vizinho do oitocentos e
três. Tem quase um metro e oitenta, deve pesar lá pelos noventa e todos o
chamam de Juninho. Perguntei a ele o motivo do diminutivo.
Eufórico, o dito relatou que vem do carinho da mãe. Tipo, “nasci
Juninho, cresci Juninho, estou envelhecendo Juninho”. Lá atrás, a mulher dele
piscou. Depois, sozinha comigo no elevador, ela revelou que Juninho é um
diminutivo justo para o tamanho das cabeças do sujeito.
Cabeças? Deu um branco de alguns segundos e eu imaginei
coisas. Então, antes que eu pedisse explicações ela acrescentou: “Sim, cabeças.
Tem uma lá embaixo que só mija e outra, grudada no pescoço, que fede de tanta
porcaria dentro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PARTICIPE: