segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Crônica - Ontem, hoje e amanhã


O tempo não pára, canta Cazuza na imortalizada obra que deixou. Vítima da cultura tupiniquim que valoriza os talentos depois que eles se vão, o roqueiro ganha hoje mais respeito morando na outra dimensão do que em vida. Talvez por isso Noel Rosa tenha deixado para as gerações futuras Fita Amarela, lançada em 1933 e ainda cantada com entusiasmo por novos e veteranos. Sem choro e nem vela!

Olha um jeito polêmico de falar da teoria da relatividade. Com o perdão de Albert Einstein, o físico alemão que teorizou a relação tempo-espaço com propriedade e fundamentação, embora cá para nós, simples mortais, o entendimento disso tudo dependa de uma equação feita e refeita seguidas vezes até a exaustão e o desânimo.

De repente alguém diz que é simples: quando o sujeito está parado o tempo passa mais rápido; quando o sujeito está em movimento o tempo anda que nem tartaruga. Então complicou mais. O seu compromisso é para daqui a quarenta minutos e o deslocamento até o local combinado gasta vinte. Sentado no sofá enquanto espera a hora de sair os vinte minutos restantes parecem oitenta. Seria isso?

Claro que não é tão simples assim. Conveniente, portanto, deixar Einstein no sossego. Antes que ele desperte e nos acuse de vulgarizar à ninharia a sua teoria. Mas continuemos com o tempo apelando a Belchior, cuja tese causa tanta polêmica nos fóruns da internet quanto as defendidas por outros ilustres: ainda somos os mesmo e vivemos como nossos pais...

É! Ainda prefiro Cazuza. Como ele diz em ideologia, os meus heróis do passado hoje disputam cargos eleitorais para defenderem os seus e as suas comissões. É mais ou menos o que escreveu o poeta e jornalista Mário Quintana: “O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente”. O tempo que passou, enfim, cobra a consciência de muitos que vivem neste tempo de agora.

Verdade! Aquele ex-líder estudantil articulava nos diretórios acadêmicos para que a sua causa fosse fortalecida. Hoje ele conta vinténs nas travessas e negocia benefícios nas ruas sem saída. Assim, entre a velocidade da luz invariante e o espaço-tempo curvo, ambos do físico alemão que já citamos, melhor ancorar mesmo em Cazuza.

Ideologia! Preciso de uma e não a encontro. Claro, menos aquela apregoada por Joseph Goebbels, provavelmente a mando do seu patrão, Adolf Hitler. Goebbels, que era ministro da propaganda no Terceiro Reich, compactuava com Hitler ao afirmar que “as grandes massas cairão mais facilmente numa grande mentira do que numa mentirinha”.

Quantos morreram de corpo ou alma nessa história? Mas eis que na política atual tupiniquim, grandes, médios e pequenos homens que derivaram para a carreira de homens públicos mentem grandes, médias e pequenas mentiras. E ficam impunes. Que decepção é você, meu amigo. Talvez por isso Belchior venha a calhar: nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam...

A diferença entra os de agora e os do passado é que Hitler e Goebbels admitiam ser sacanas com as massas. Agora as massas elegem sacanas como seus representantes. Quantos deles gritaram palavras de ordem nas manifestações realizadas nos campus universitários?

E o amanhã, onde é que entra? Vamos deixar este tópico só no título, por enquanto. Depois a gente vê o que faz.


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