segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Crônica - Dilema


O sujeito pára o outro sujeito na rua e conta um lero. Diz que é da cidade vizinha e teve que se deslocar em busca de um documento. Então vem o drama: não tem dinheiro para o ônibus de retorno. E completa: nem dinheiro para um pão tem.

A gente sabe que é mentira. Mas ajuda. Ajuda? Vicia ainda mais o fulano. Ele acha que é mole enganar. Acontece que ao dar um dinheirinho ao cara, mesmo desconfiando que o sujeito engana,  a gente referenda uma situação que só faz crescer o número de pessoas que se aproveitam da bondade do próximo.

O segundo turno das eleições municipais 2012 em Londrina tem muito a ver com essa história de cima. Os dois finalistas jogam com tudo: sou bonzinho, ousado, pertinente, preocupado, idealista, engajado e assim por diante. Sou, enfim, o cara. E sou técnico, ambos insistem.

O difícil é saber se um dos dois é o cara certo para uma cidade de quinhentos mil habitantes e uma área abrangente que soma cerca de um milhão de pessoas. A boca de ambos é mole. Nenhum dos dois convence.  Os gestos são falsos.

Além disso, o passado de ambos é vago. Não condiz com o que dizem. Como ter um bom prefeito que nada fez? Ah, estamos escolhendo o novo! Nem tanto. Um está cercado de velhas raposas. O outro tem um perfil elitista e segmentário. Há alguma ação concreta de ambos? Nada! Nem o que já foi político e nem o que já foi líder de um grupo restrito tem o que mostrar.

Líder? Político? Existem conceitos para estes termos. E se aplicarmos os conceitos um ou outro se enquadram? Difícil. Se fossemos benevolentes diríamos que ambos são projetos vencidos. Extremamente descartáveis, pedem a passagem de ônibus para retornar.

E o caminho, pelo que se vê, é a profissão originária de ambos.Lá poderão mostrar que são bonzinhos, técnicos, ousados e completos no universo em que atuam. Cá fora a história é bem diferente.


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