O sujeito pára o outro sujeito na rua e conta um
lero. Diz que é da cidade vizinha e teve que se deslocar em busca de um
documento. Então vem o drama: não tem dinheiro para o ônibus de retorno. E
completa: nem dinheiro para um pão tem.
A gente sabe que é mentira. Mas ajuda. Ajuda? Vicia
ainda mais o fulano. Ele acha que é mole enganar. Acontece que ao dar um
dinheirinho ao cara, mesmo desconfiando que o sujeito engana, a gente referenda uma situação que só faz
crescer o número de pessoas que se aproveitam da bondade do próximo.
O segundo turno das eleições municipais 2012 em
Londrina tem muito a ver com essa história de cima. Os dois finalistas jogam
com tudo: sou bonzinho, ousado, pertinente, preocupado, idealista, engajado e
assim por diante. Sou, enfim, o cara. E sou técnico, ambos insistem.
O difícil é saber se um dos dois é o cara certo para
uma cidade de quinhentos mil habitantes e uma área abrangente que soma cerca de
um milhão de pessoas. A boca de ambos é mole. Nenhum dos dois convence. Os gestos são falsos.
Além disso, o passado de ambos é vago. Não condiz
com o que dizem. Como ter um bom prefeito que nada fez? Ah, estamos escolhendo
o novo! Nem tanto. Um está cercado de velhas raposas. O outro tem um perfil
elitista e segmentário. Há alguma ação concreta de ambos? Nada! Nem o que já
foi político e nem o que já foi líder de um grupo restrito tem o que mostrar.
Líder? Político? Existem conceitos para estes
termos. E se aplicarmos os conceitos um ou outro se enquadram? Difícil. Se
fossemos benevolentes diríamos que ambos são projetos vencidos. Extremamente
descartáveis, pedem a passagem de ônibus para retornar.
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