terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Ela contenta ele e o resto da platéia se assanha

Aquele cidadão é sortudo no amor! Ou não? Corpo arquejado por causa da idade avançada, ele passeia ao lado de uma mulher que se já não é nova, veste-se pelo menos como uma mocinha: saias ou vestidos curtos com decotes generosos. O perfil da menina é acrescentado com os cabelos curtos e lisos sempre bem pretinhos.

Ela chama a atenção. Por onde passa ou se instala os olhares masculinos conferem, às vezes com certa curiosidade, outras por algo mais. Sentada na mesa de um café na frente do companheiro, ela pouco se importa se a saia ou o vestido sobe. E há quando a subida é mais do que o necessário.

E daí? O rosto é de uma mulher madura. Mas ela sabe trabalhar os olhos para que o conjunto expresse sensualidade. Os lábios assanham. Até a franja, quando jogada intempestivamente para os lados, provocam. Mulher fatal e perigosa.

Ele, na frente dela, parece ignorar os movimentos da companheira e das pessoas que estão ao redor. Quem sabe? Talvez ele goste de aparecer em público acompanhada de uma mulher que o estimule tanto quanto mexe com os outros. E se isso acontece é bom para muitos: o casal e os demais apreciadores.

Mas há sempre alguém que sonde com maldade. Deviam desfrutar do ambiente, porém ultrapassam limites. Houve quem fizesse julgamento unilateral, sem conhecimento de causa, na maldade e com ironia. Do tipo, a mulher dá a maior bandeira e o tiozinho nem ai. E o complemento, mais venenoso logo em seguida, muito mortal. Bem assim: parece que ele gosta de ser corno...

Para que isso? Havia outras versões, algumas bem brandas e complacentes. Entre elas a que dizia que o tiozinho era provavelmente viúvo e se cansou da solidão. Então resolveu procurar uma parceira que lhe devolvesse uma mulher experiente mas em forma física e comportamental de adolescente no fogo da paixão. Ou, das paixões, pois o fogo é maior. E nesse caso valia a quentura do que ela proporcionava a ele, mesmo que para isso tivesse que recorrer a uma mostração pública que nela causasse incentivo.

Isso é pecado? Dizem que sim e rebatem que não. Argumentam que a intenção é apenas o começo de um pecadinho. E se não passar desse começo não se consolida como um ato. Sem ato não há pecado. Mentira? Pode ser e pode não ser.

Coerente é saber se ela se completa e ele também. Se assim for que ambos sejam felizes e que ela traga, por muito tempo a frente, colírio aos olhos de outros e estimule desejos que só ela, em seu exclusivo arbítrio, poderá, se for o caso, dizer a alguém da platéia que deseja levar aos fatos. Enquanto no atual estágio, temos que o cidadão se satisfaz no amor e nas coisas físicas que a paixão provoca. E isso nos contenta. Cara de sorte!

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