Tornaria a água cristalina e cataria pedras toscas do leito, fazendo delas jóias preciosas a ornamentar o seu jardim. Buscaria os pássaros e construiria rimas com os seus cantos. Pintaria a velha casa de madeira da cor dos seus cabelos. Enfeitaria o seu pomar com frutas suficientes ao nosso deleite.
Mais adiante usaria as palavras para traçar um caminho de terra ladeado de flores e grama. Dispensaria a métrica. Seria um poema concreto com versos que falam e não se declamam.
E as flores seriam o seu perfume. As folhas reservariam orvalho para a sua sede. A mancha verde da vegetação rasteira serviria como lençol. E a minha alma traçada no papel seria o sinal do meu inegável apreço, como se nele apenas eu houvesse escrito: quero você.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PARTICIPE: