Quando publicou em 8 de junho de 1949 o romance Mil Novecentos e Oitenta e Quatro (em inglês, Nineteen Eighty-Four), o escritor Eric Arthur Blair, conhecido como George Orwell, provavelmente não imaginara que sua história se desse de forma tão perfeita com o do grande irmão brasileiro.
Eliminemos as tontices, para que não haja dúvidas: nada a ver com o BBB de uma grande emissora de tevê deste país, cuja espia é somente da mostração e da sacanagem. É mesmo do Fisco que estamos falando.
Claro, sonega-se e muito ainda. Mas só foge do foco da câmera os que sabem escapar técnica e politicamente das luzes do spot de iluminação. O trabalhador assalariado, por exemplo, jamais deixará de ser enquadrado e sempre aparecerá nas imagens. Idem para o empresários consciente de suas obrigações. Nada, absolutamente zero para parte dos políticos que usam laranjas para esconder suas riquezas.
Leio na edição desta sexta-feira da Folha de Londrina, capa do caderno de Economia: “Impostômetro se aproxima de R$ 1 trilhão”. A matéria, assinada pelo repórter Victor Lopes, diz que no próximo dia 13 de setembro, por volta das 11 horas, os brasileiros já terão arrecadado aos cofres públicos em tributos federais, estaduais e municipais R$ 1 trilhão. E que esse valor será atingido 35 dias antes do que no ano passado.
Ao desavisados (e há muitos), cabe reforçar que o Impostômetro é uma confiável ferramenta desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário e mantida pela Associação Comercial de São Paulo. Eu o acompanho pela internet, faz parte das páginas que visito com freqüência. Porque acredito.
Quanto ao grande irmão, este Fisco que nos fisga, é eficiente no seu mecanismo de controle da sua renda. Mas permite que fraudadores roubem o seu CPF e até financiem carros, com a conivência de financeiras suspeitas, para enriquecer quadrilhas que jamais serão enquadradas pelas filmadoras.
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