Fechar quando uma é linda. Abrir quando a outra é mais linda. Fechar no instante em que a linda está mais linda. Abrir quando a que é mais linda está muito mais linda. Fechar. Manter os olhos cerrados para não ter dúvidas após criar a imagem de ambas, que são lindas. Só então abrir.
É isso, chegou-se a um achado. Não é a visão que dá tanta beleza as duas. Certo que uma é linda e a outra é mais linda. E na sucessão do que se enxerga, como já dito e se repete, a linda fica mais linda, a mais linda está muito mais linda.
Isso intriga e assusta, pode parecer loucura. Mas a sã consciência às vezes esconde o belo, algum poeta já declamou assim. Ou, na hipótese mais direta, sanidade nem sempre tem a ver com sensibilidade.
E os olhos vão mostrar apenas objetos, um mais lindo que o outro. Esse jeito de ver é claro na superfície para todos os gêneros, estilos, conteúdos e coisas afins: mulher, carro, árvore, passarinho, leão, rinoceronte, prédio e objetos do desejo. Então sim, é um jeito de olhar insano, de tão direto que é. Vê-se o que está diante e faz-se a declaração quase insossa: “Que coisa linda!”
É muito superficial. Não encralaca. Passa rápido que nem andar: um passo a frente, o outro atrás; outro passo a frente, de nova aquele atrás. Como se fosse inveja de uma perna da outra.
Diferente da linda que é linda, enquanto a outra é mais linda. Isso é enxergar. Por isso a que é linda fica mais linda e a que é mais linda torna-se muito mais linda, numa troca que roda, vai e volta, até perturba.
Sim, incomoda muito. A ponto de se ver mais do que é visível. E se mostra nesta busca do olhar o coração das duas, uma que é linda, outra que é mais linda e assim se vai, numa sucessão gostosa que leva até a única conclusão verdadeira: ambas são muito lindas.
Este ensaio louco é um tributo a vocês duas, irmãs. A que já fuça o meu blog faz um tempo e a que buscou comigo os endereços agora mesmo. Recebam esta minha gratidão. Aqui eu coloquei muito carinho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PARTICIPE: