sábado, 26 de setembro de 2020

A rua fala e tem história pra contar

 A rua onde Patrícia e Adilson moram tem coisas pequenas e grandes que fazem dela um lugar especial. Cachorros presos nos quintais fazem o seu trabalho de noite e de dia, com latidos agudos e teimosos. Nem assim a rua de Patrícia e Adilson perde a característica de espaço público onde o sossego provoca sensação de paz. Patrícia é formada em matemática e é também engenheira elétrica. Adilson é formado em administração de empresas, mas trabalha atualmente como fotógrafo. O casal ainda não tem filhos. Na frente da casa onde moram há uma placa fincada no outro lado da rua, onde devia ser calçada. Mas o enorme terreno cercado que ocupa um quarteirão não dispõe de tal benfeitoria, pois inexiste qualquer obra no lado de dentro. A placa é um bom aviso aos que passam: “Plante, Cuide e Colherá!” O recado é de Patrícia. Ela nasceu em Cândido Mota, no Estado de São Paulo. A família veio de mudança para Londrina quando Patrícia estava com seis anos de idade. O local escolhido para moradia foi a região do Antares, à margem de uma extensa via que corta parte da cidade do centro ao leste, a Avenida São João. Anos depois, já casada com Adilson, Patrícia continuou no bairro, que apesar de ser conhecido como Antares tem um nome específico, Jardim Tatiane. São, enfim, 25 anos naquela região. E o recado de Patrícia, fincado no outro lado da rua, tem a ver com o que ela faz ali: um pequeno canteiro com hortaliças e girassóis, planta que enfeita com suas flores enormes e alimenta com suas sementes as maritacas que sobrevoam a região. A idéia, conforme revela, era ter alimento para espécie de ave doméstica mantida no quintal. Mas as maritacas, sem cerimônia, se apoderaram do plantio. Em retribuição, as maritacas enfeitam aquela horta quando as sementes estão prontas para serem bicadas por elas. O nome da rua é Alice Sumiko Okajima. É cortada em sua trajetória por uma avenida, a São João, as ruas Anaí, Indaiá, Cunhatai, Diacui, Jurema e, na ponta, a Bartirá, com duas pistas. Em uma das margens, acima da Avenida São João, há uma enorme praça pública, com área arborizada, equipamentos de parque infantil e ginástica ao ar livre, e extensão gramada. Pouco adianta, em outra margem, o muro lateral de um enorme estabelecimento de ensino, o Colégio Estadual Professor João Rodrigues da Silva, de ensino fundamental e médio e também o EJA (Educação de Jovens e Adultos).


O canteiro começou a ser formado por Patrícia há um ano e a dedicação da moradora passou por provações, como a de pessoas que jogavam material descartável onde ela preparava a terra para iniciar o plantio



O muro do Colégio Professor João Rodrigo da Silva estampa um trabalho artístico que chama a atenção



A praça, enorme, com arborização, gramado bem cuidado e equipamentos de parque infantil e ginástica ao ar livre

Um comentário:

  1. Patrícia parabéns pela iniciativa. Deveríamos ter muito mais Patrícias nesse mundo! Não haveria no mínimo fundos de vale cheios de lixo. Parabéns querida e especialíssima Patrícia...

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