Filho do Seu Chiquinho Carroceiro chegou a Londrina
quando
estava com dois anos de idade e foi morar na casa
de sape coberto com folha de
palmeira lá na Vila Nova
Francisco Breve, o Seu Chiquinho,
com a esposa Ana (foto Álbum da Família)
Seu Chiquinho, a caráter: chapeuzinho
de feltro (foto Álbum da Família)
Iracema e o esposo Nico, com dois dos
filhos - Nico é o maiorzinho
(foto Álbum da Família)
Antonio
Aparecido Breve é todo prosa quando o tema da conversa é o lugar onde ele vive
há 75 anos: a Vila Nova, em Londrina. Ele é mais conhecido como Nico. Nasceu em
Porto Ferreira, Estado de São Paulo, no dia 31 de maio de 1938. Quando estava
com dois anos, a família trocou o interior paulista pelo Norte do Paraná.
Nico,
casado com Iracema Almeida Breve, que faleceu há nove anos, é o filho mais
velho de Seu Francisco Breve. E então? Quem é este cara? Melhor lembrar do
Chiquinho Carroceiro, da Rua Juruá. Sim, o Seu Chiquinho que tinha também um pé
de bode, daqueles de usar manivela para o motor pegar.
Pois
quem mora ou já morou na Vila Nova lembrou daquele senhor de chapeuzinho de
feltro, sempre sorridente, tocando em frente sobre a carrocinha puxada por um
valente burrico.
Chiquinho,
segundo o filho Nico e a neta Nilce, nasceu no dia 12 de julho de 1914 e faleceu
em 14 de setembro de 1988. Foi casado com Ana Faian Breve, que faleceu em 2003
quando estava com 85 anos de idade.
Depois de
Nico nasceram Lúcio, Santo e a menina Olga, que faleceu ainda novinha logo após
a chegada da família a Londrina. Chiquinho e Ana contabilizam dez netos, dois
deles já falecidos. Há bisnetos e três trinetos.
A pedagoga
Nilce de Almeida Breve, filha de Nico, é uma das netas de Chiquinho e Ana. Ela
é casada com Valdir Malaquias. Nilce é mãe de Guilherme e Gabriela.
E como todo
bom morador da Vila Nova no tempo em que o bairro ainda tinha mais capoeira do
que quintais enfeitados com jardins ou enriquecidos com hortas, Nico foi aluno
do Grupo Escolar da Vila Nova, depois batizado de Grupo Escolar Nilo Peçanha,
na Rua Araguaia.
Aliás, no
bate papo na casa da filha Nilce, onde na sala se encontram também Valdir
Malaquias e Guilherme, todos vão avisando rapidinho que também estudaram no
Nilo Peçanha. Nilce também foi professora no estabelecimento de ensino que
agora integra a rede estadual.
“Fomos
praticamente os fundadores da Vila Nova”, diz Nico. A casa que Seu Chiquinho
comprou na Rua Juruá era de sape, coberto com folha de palmeira. “Eu andava a
pé, com estilingue. A Rua Guaporé era todo barro”, recorda Nico. “Nós vimos a
chegada do primeiro ônibus. Quando chovia, descia todo mundo para empurrar”.
Seu
Chiquinho comprou de Paulo Agari três terrenos na Rua Juruá. “O Paulo Agari era
dono de tudo”. Por isso aqui é a Vila Agari”, informa Nico. Segundo ele, outro
proprietário de terras na região da Vila Nova foi Luiz Marques de Mendonça, que
doou áreas para a construção do Nilo Peçanha e do posto de saúde (Ubs) do
bairro, além de outras doações importantes.
Mecânico por toda a vida
do bairro onde esteve a vida toda
Nico foi
mecânico desde os 11 anos de idade e diz que parou devido a um problema na
vista há um mês, quando deixou a casa da Vila Nova e foi morar com a filha, na
Zona Norte de Londrina.
“Quem abriu
o campo de futebol foi o meu tio, Nego”, diz Nico, sobre o Campo do União, que
existiu no quadrilátero formado pelas ruas Juruá, Solimões, Javari e Turiaçu.
Informa
também que o pai, Chiquinho, antes da abertura do campo plantava arroz e feijão
no terreno. “Era tudo capoeira”, afirma sobre a região. “Era uma casinha aqui e
outra lá”, acrescenta. “A Rua Araguaia era capoeira dos dois lados”. E vai
longe a prosa com Nico, filho do Seu Chiquinho.
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