terça-feira, 31 de julho de 2012

Crônica - Política e salada mista? Dá bagunça!

Acordou reclamando: “Terminei a noite sem prefeito e acordei sem prefeito”. Costume ruim o desse cara. Nada nunca é perfeito. Há sempre um motivo para queixas: “Saíram os lobos e entraram as raposas”. E já a caminho do trabalho encheu a paciência do porteiro do condomínio: “Aquele babaca que saiu pulando para comemorar a cassação devia ficar encolhido. Deve tanto quanto o cassado”.

Políticos que roubam costumam culpar os meios de comunicação quando são denunciados. Injustiça isso. Claro, tem muitos picaretas fazendo jornalismo. Ou tentando. Mas no geral, exceto falta de cultura e preguiça de alguns profissionais contratados por jornais, rádio e televisão, a maioria tem um compromisso com o leitor. Ficam de fora também os que conceberam, os que autorizaram, os que endossam, os que anunciam e os que fazem aquele jornalzinho novo chamado Nosso Dia, lançado pela Folha de Londrina. A quem? Aos malucos, é claro. Esta é linguagem que adotaram. E o princípio é popularizar baixando o nível. Isso é cultura. Claro, cultura para chafurdar. E a classe média emergente não entende como foi jogada tão baixo pelos donos da publicação.

Mas voltando ao nosso cara. Este temos certeza que a culpa da revolta é a internet. Ele não escuta rádio AM, não lê o Jornal de Londrina, não passa os olhos pela Folha, não assiste os repórteres da TV Coroados declamando poesia em texto policial, não seca a baba dos apresentadores de programas policiais de outras emissoras, não assiste o Pedro Bial e a Fátima Bernardes, não pega receitas da Ana Maria Braga, não perde tempo assistindo o Clayton Conservani correr e chorar, chorar e correr, correr e chorar.

Então a culpa é da internet mesmo: “Estou quase assimilando o popularzão do rouba mas faz”. Como reclama este cara. “Que o cara devia, isto é verdade. Mas não me conformo acordar sem prefeito. Porque aquele que vai assumir não tem cara de prefeito. Me lembra um certo governador: bonitinho, mas tão parado...”

Nessa parte o cara se compromete. Compromete sim. Primeiro se queixa de acordar sem prefeito. Depois chama o certo governador de bonitinho. E o que vai assumir é feio que dói. Fosse prefeita e governadora ainda vá lá. Mas prefeito e governador? “E tira dessa lista aquela senadora. Acho que ali só tem botox. Atente-se que eu não estou falando de uma figura investida no cargo de prefeito ou governador. Estou falando de uma cidade órfã”.

Jogou pesado o cara. Figura investida no cargo? O que e como seria isso? Quanto à cidade órfã, concordamos. Na verdade, tentamos explicar ao cara que Londrina está órfã de políticos sérios há tempos. Um deles foi cassados há 12 anos. Entrou o seu vice e cumpriu tabela. Outro foi eleito e ficou oito anos no ócio. Nem fez e muito menos desfez. E o que foi mandado embora agora, coitado, caiu por uma contravenção pequena diante de suspeitas grandes que ficam blindadas.

E o cara não se convence. Xinga, esperneia, agride: “Celso Daniel, mensalão, Demóstenes Torres, Carlinhos Cachoeira e este vôlei brasileiro afundando aos poucos. E o Lula lá, fazendo de conta, cabelos pintadinhos de loiro. Vou para as tendências, é o jeito. Começo cantando: eu quero tchum, eu quero tcha, no gargalo da boquinha da garrafa para contentar a minha ex-my love que vale mais ou menos nove e noventa e nove...”


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