terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Conto - Me exclui fora dessa de guru moderno!

O guru, na versão moderna, é uma espécie de capacho. Orienta até certo ponto sobre determinadas coisas, mas nunca passa a linha invisível da sensibilidade de que ele aconselha, orienta ou consente.

Viram o consente ai em cima? Pois é. Guru moderno está mais para consentir. É como um assessor político que cisca alternativas para o patrão mas acaba se submetendo ao que o chefe determina.

Mulheres de relativos caprichos gostam de gurus. Porque gurus, na ordem do dia, são inofensivos. Nunca bronqueiam e jamais se arriscam. Gurus, normalmente, fecham a sensibilidade sexual e caminham hermafroditas. Por isso às vezes rebolam e outras falam grosso.

Não é preciso um curso para ser guru. O guru pode ser o cabeleireiro da mulher de relativo capricho. Algumas mulheres até se encostam em motoristas e cobradores do transporte coletivo. Muitas preferem os fardados. Há quem permita que esse capricho vire uma obsessão.

Ontem atendi ligação telefônica de uma amiga. Tive que me improvisar como um conselheiro de assuntos delicados que, conforme ela me disse, só comigo poderia conversar.

Já fiquei com uma impressão ruim. Do tipo: eu, guru? Mal pensei e ela telefonou de novo só para me complicar ainda mais. Eufórica, disse que seguiu minhas recomendações e acertou uma situação complicada.

E na despedida foi bem assim: obrigado meu guruzinho! Eu, heim? Será que só sirvo para isso? Penso, infelizmente, que sim. Pois tenho sido excluído da parte boa, aquela que termina em gemidos. Mas vou avisando: guru não. Tô fora, meu...

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