segunda-feira, 21 de junho de 2010

Crônica - Um tempo novo

Hoje eu senti o inverno cutucando os meus braços com um ferro em brasa. Havia lido que ele chegaria pouco antes das oito e meia da manhã. Acordei às seis e espiei pela janela. Não vi nenhuma presença estranha.

Às sete e meia o sol machucava os olhos. Quase avancei uma faixa de pedestre após uma esquina, quando o brilho me cegou. Recompus e segui matuto. Maneiro no acelerador, apesar de um porco, logo atrás, se sentir numa pista de corrida em pleno centro de Londrina.

Às oito senti o calor e acionei o meu ar condicionado: a manivela do vidro da janela. Refrescou. Às nove me senti contrariado. Eu havia previsto que a chuva viria até este horário. Mas nem o sol se inibiu. Continuou firme e desafiador, desaforando inclusive os profissionais da meteorologia. Que pancada de chuva que nada...

Às dez, decidi apostar na sorte. Continuei o resto da agenda em uma moto. Foi quando o inverno, tão quente quanto a temperatura das outras três estações de Londrina, entrou pelas mangas da minha camisa. E eu me dei ao direito de sentir um alívio: graças, eu sou londrinense!

À tarde desci a pé a João XXIII, mochila nas costas. Suei de molhar a camisa. Me veio, durante o percurso, que eu estava diante de um bom tempo. Sim, muito bom tempo, porque eu me senti feliz em todos os momentos daquele dia e pude repartir a minha felicidade com as pessoas pelas quais tenho muito apreço.

Se for sempre assim, que errem todos os dias as previsões. Eu prefiro.

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