O idoso que varre ruas da vizinhança e ganha cinco reais virou personagem de uma página de jornal. A comunidade sei lá de onde, que instalou alarmes e câmeras nos postes de iluminação pública, mereceu destaque na televisão.
Detalhe: nessa comunidade, os participantes se comprometem a correr atrás de um suposto criminoso em caso de um fragrante. Claro, se alguém levar um tiro, essa vítima, com certeza, merecerá uma página no jornal e destaque na televisão. E haja notícias feita nas coxas...
A provocação tem um motivo: as pessoas devem saber quando e como assumir um trabalho voluntário. O que é ser voluntário? Pelo que os meios de comunicação mostram, há quem não saiba o real significado da palavra. Então procurem no Google.
Voluntário não é aquilo que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso transformou em lei. Consertar escola pública é obrigação do Estado.
Voluntário não é varredor de rua em troca de cinco reais. As prefeituras mantém quadros próprios ou empresas terceirizadas que cobram, e muito bem, para limpar as vias públicas.
Voluntário não é o bancário, a professora, a dona de casa, o filho do advogado, ou a neta da matriarca que compram vídeos e alarmes e correm atrás de bandidos. Paga-se impostos - e quanto - para que o Estado assegure segurança pública.
Nesses três exemplos, ser voluntário é ter cidadania. Cidadania suficiente para reunir vizinhos, colegas, a comunidade toda e demais interessados para falar alto e em bom tom com as autoridades eleitas pelo voto.
E cobrar delas soluções emergenciais para um monte de problemas que se perpetuam na segurança, na saúde, na educação, no lazer e na vida como um todo.
Ah, mas não adianta cobrar dos políticos. Pense assim e verá que em breve a população carregará nas costas mais fardos do Estado do que o peso que já enverga a coluna da maioria das pessoas.
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