Rodrigo José era um bandido metido a intelectual. Na verdade, era um trombadinha preguiçoso, daqueles que só fazem vítimas que, supostamente, não oferecem riscos.
Um dia subtraia a aposentadoria de uma senhora já muita arcada por causa do peso da idade. Noutro o relógio de um idoso sem nenhuma chance de oferecer resistência. Se fosse preciso, Rodrigo roubaria o sorvete de uma criança.
Era o baixo nível dos bandidos. E dentre os bandidos era o vagabundo. Mas gostava de gastar nas palavras. Imitava repórteres e apresentadores dos jornais locais da televisão.
Ai é que estava o problema. Um dia ele se deu de frente com uma ex-professora, agora aposentada, bem ao lado de uma agência bancária perto de umas emissoras de televisão. E deu a voz de assalto:
- Olá você! A senhora está sendo assaltada. Se não entregar o dinheiro que foi sendo tirado ai do caixa eletrônica eu vou dando um tiro e a senhora vai acabar morrendo.
- Menino, pra que tanto gerúndio? Fala direto, claro, objetivo. Pra falar correto o menino nem precisa de fonoaudiologia.
- Olá você! A senhora não está entendendo. A senhora está sendo assaltada...
- E por que eu vou acabar morrendo? Ou eu morro ou eu me acabo de outro jeito, menino. Pára com isso.
- Olá você! A senhora vai estar lá do outro lado, no outro mundo, se não acabar entendendo...
- Claro, um dia estarei lá. Pra que falar que vou estar lá?
- Olá você! Eu vou estar ficando nervoso e vou estar atirando daqui a pouco, onde a senhora vai acabar morrendo...
- Onde é lugar, não é tempo, menino...
- Olá você! Vou estar desistindo senão eu vou acabar atirando e a senhora vai estar sendo morta. Boa tardem!
E a aposentada voltou para casa com todo o dinheiro da aposentadoria...
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