segunda-feira, 31 de maio de 2010

Crônica - Eu vi o sorriso da Mãe e chorei

Eu tenho uma imagem de Nossa Senhora Aparecida que ganhei de uma colega de trabalho chamada Clarissa Borba, lá de Jaraguá do Sul. Olha, eu sou católico e devoto. Mas por força da minha profissão, no jornalismo, aprendi e respeitar todas as outras religiões e seitas. Claro, hoje sou muito criterioso e até na minha religião eu suspeito quando falam em milagres. Também sou meio avesso aos rituais. Às vezes prefiro uma capela silenciosa, onde eu sinto conversar, senão com aquele que eu gostaria, pelo menos comigo mesmo. É quando eu busco a consciência. É onde eu encontro o equilíbrio. Enfrentei na minha vida três crises de desemprego. Nas duas primeiras vezes, fiz como tantas outras pessoas já fizeram. Além da minha fé católica, me senti pressionado a procurar outro tipo de ajuda. Desta vez cheguei a sondar possibilidades e admito que visitei alguns locais. Isso depois de visitar diariamente uma paróquia e dialogar com aquela que eu considero a minha mãe no terreno celestial. Então em determinado momento achei que não era ouvido. Porém, o acaso - ou certos constransgimentos que ficaram tão evidentes - me forçou a racionar. Então decidi: eu tenho a minha mãe e ela vai me ajudar. Às vezes, após essa alternativa firmada, explodi com ela. Eu me perguntava: "Por que isso acontece comigo? O que eu fiz de tão errado?" Na semana passada voltei ao mercado de trabalho. Após a conversa com a pessoa que me empregou, fui direto para a imagem que ganhei de Clarissa. Fiz o sinal da cruz e me pareceu que ela sorriu. E eu chorei de emoção. Chorei muito. E percebi que os meus sentimentos de ser humano não foram afetados por um longo período de desemprego, tristeza e desespero.

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