terça-feira, 8 de setembro de 2009

Reportagem - Civismo sem vez para a gripe


O tempo foi padastro e a preocupação com a gripe H1N1 não conseguiu manter parte dos londrinenses em casa na manhã de segunda-feira, 7 de setembro. Sob um sol brando, após o dia amanhecer com risco de chuva, pais, crianças, vendedores ambulantes e alguns políticos foram até a avenida Leste-Oeste, na região central de Londrina, para participar das comemorações da Independência.


Programado para iniciar às 9 horas, a parada cívico-militar começou com cerca de 40 minutos de atraso, só depois que o prefeito Barbosa Neto desfilou em um Jeep do 30º Batalhão de Infantaria Motorizada de Apucarana, ao lado do comando do batalhão. Foi o primeiro desfile do prefeito de Londrina após a sua posse e também o primeiro teste de popularidade diante de um público heterogêneo e em local aberto. Mas apenas um ponto do percurso alguns manifestantes exibiram cartazes cobrando atos de Barbosa como administrador público.


Anunciado como uma das atrações do desfile, o Batalhão de Apucarana abriu o desfile com a sua banda, tropas de homens armados a pé e muitos veículos. Escolares atendidos por programa do Exército desfilaram nos caminhões e ônibus do Batalhão.


O espetáculo militar teve sequência com os soldados do Tiro de Guerra de Londrina e as representações da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil. Entidades como a APAE de Londrina e o Instituto dos Cegos vieram em seguida, acompanhadas por grupos da terceira idade e escolas municipais.


Passaram pela avenida cerca de 3.500 pessoas representando os grupos que participaram das comemorações. Sem a presença das grandes fanfarras e bandas Marciais dos colégios estaduais, o desfile de Londrina, que terminou depois do meio-dia, também oportunizou colecionadores de carros e membros de grupos tradicionalistas a mostrarem os seus bens, as suas habilidades e o seu patriotismo. Cavalos e até um touro pisaram no asfalto da Leste-Oeste.


Pilotos da companhia Ases do Motociclismo proporcionaram um espetáculo à parte enquanto as entidades e as escolas desfilavam, com acrobacias que em alguns momentos conseguiram ajuntar na concentração um grande número de pessoas.

Nas calçadas, enquanto uma entidade passava com uma personagem fantasiada de mosquito da dengue, nem máscaras para proteger o nariz e a boca e muito menos álcool em gel. A semana, em Londrina, havia começado sem tanta preocupação com a gripe H1N1, após quase duas semanas de acesso limitado nas agências bancárias e uma dose de boatos em torno da doença.


Na política, um partido distribuiu panfleto pedindo "Fora Sarney" (senador José Sarney). Em um panfleto distribuído durante o desfile, manifestantes exigiram do governo Lula a quebra da patente do medicamento Tamiflu e a sua distribuição massiva para quem está com gripe.


O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, com as participantes usando as cores rosa nas roupas, cantou a música “Maria, Maria”, de Milton Nascimento, em frente ao palanque. Movimento dos Sem Terra, pastorais do Migrante e dos Carcerários e grupos dos excluídos cantaram “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré.


Mais acima, alguns minutos antes do encerramento das comemorações na Leste-Oeste, o vendedor de balões e de cataventos com as cores da bandeira do Brasil fez um balanço: o movimento de vendas havia sido fraco.

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